sábado, 4 de janeiro de 2014

"FUMAR FAZ BEM!"



7 DIAS SEM CIGARRO. - Episódio 1

As pessoas se perguntam:  "Se todos sabem que cigarro faz mal, por que simplesmente não param de fumar?"

Para início de conversa, quem disse que cigarro faz mal?  
Cigarro faz muito bem! É ótimo! É maravilhoso! Ele te conforta, faz companhia, é perfeito num bate papo, diverte, passa o tempo, te excita, acalma, ajuda a se concentrar, a ter idéias, é bom antes do sexo, depois da comida e durante um problema.
E não vai ser enchendo o saco ou pondo fotinha de feto morto no maço de cigarro que vai convencer quem fuma do contrário.
Outra coisa que não ajuda a querer parar de fumar é o medo de virar “ex-fumante”. Ex-fumante é a raça mais chata, prepotente e implicante do planeta!
Mas resumindo... Se fumar é tão bom, por que parar?
Porra! Por que eu tenho consciência que o cigarro é um veneno maldito que causa uma porrada de doenças. Já passei anos bombardeando meu organismo com toxinas, e alguma hora isso tinha que acabar, né? 
Já curti, já zoei, já tirei onda, já me matei muito, mas chega. 
Eu fui muito bem treinado na arte das baforadas nicotinescas
Abduzido pelas indústria tabagista ainda filhote, aprendi rápido e de forma excepcional não só a usar o produto como também a ser um eficiente propagandista. (igualzinho somos com a cerveja hoje em dia.)
Tudo feito para você fumar.
As propagandas de cigarros eram maravilhosas! Os atletas fumavam, os charmosos fumavam, os jovens rebeldes, os politizados, os intelectuais, os machões, os cowboys, os artistas, as atrizes, os heróis, os vilões... 
O Pernalonga fumava! 
“Até os Flintstones fumam!”, dizia minha tia. Olha essa propaganda de cigarro com eles.


Em meus sonhos adolescentes eu sempre escalava o Everest, e quando chegava lá no topo, com meus cabelos esvoaçantes (Oi?) contemplava o horizonte, sereno. Ao fundo, The Mamas e The Papas cantavam “California Dreamin”, enquanto a Pamela Anderson, nua e suada, escorria pelo meu tronco até se aninhar em minhas coxas, idolatrando-me como um Deus. Eu acendia um cigarro riscando o fósforo no queixo dela, piscava para câmera e dizia: “Muito prazer, Angelo Morse!” soltava uma baforada em forma de três círculos que se entrelaçavam no ar formando um símbolo, então a beijava.
Era lindo... mas era tudo mentira.
Agora fumar é proibido, mata, é feio, fede, cai os dentes, deixa broxa, dói o cu, nasce verruga, aborta, apodrece, explode, estupra e manda direto para o inferno

Por isso que eu estou aqui, na luta marvada contra o fumo!

Hoje faz uma semana que não encosto um cigarro na boca e eu ainda não morri nem matei ninguém. Quer dizer... quase.
Tá fácil, não. Minha boca continua salivando muito, sinto umas coceiras fantasmas pela pele, uma fome de 12 Zecas Camargos, tonteira, tosse e visão turva. Um tique no lho esquerdo começa a se revelar junto com uma vontade incontrolável de bater com a cara na parede. Bati, doeu, não foi legal. As vozes na minha cabeça... Han?... Que?... ainda não sumiram, mas pelo menos chegaram num consenso de falar uma de cada vez.
E Buba, um pterodátilo listrado que há alguns dias mora no meu ombro tem sido uma ótima companhia. Hoje ele aprendeu a assobiar Patience, e isso tem me relaxado bastante.

O nome disso é ABSTINÊNCIA e quer dizer que estou me desintoxicando.
Por enquanto eu estou controlando-a na base da força Jedi, mas caso não dê certo, peça sempre ajuda dos médicos.
Existem vários remédios contra o vício.

Estou me divorciando do cigarro, mas ainda o amo e todas as vezes que o vejo na boca de outra pessoa, meu peito dói. 
Aí eu cuspo e sigo em frente.

Força e até a próxima.

Retroceder nunca, render-se jamais.

Um dos meus comerciais de cigarro favorito. Ar rarefeito é para os fracos.